terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Lúpus e Quimioterapia


A maioria da população quando pensa em quimioterapia a primeira palavra que vem a cabeça é cancro e quando alguém que não tem cancro diz que está a fazer tratamento quimioterápico é olhado com desdém como se tivesse a mentir. Na verdade os tratamentos quimioterápicos são usados para controlar diversas doenças entre elas as doenças autoimunes como o lúpus.
Temos que dizer que não é um tratamento habitual. Este tratamento é utilizado quando a doença está Demasiado agressiva para ser controlada com medicamentos. Esta é a escolha de tratamento quando há comprometimento de órgãos vitais como rins, pulmão ou coração porque este tratamento faz com que o sistema imunológico "pare de funcionar" para que o órgão afetado consiga se recuperar e voltar a trabalhar normalmente. Este tipo de tratamento quimioterápico chama-se imunosupressante, ou seja, há uma diminuição da produção de glóbulos brancos e vermelhos na medula óssea.
Na segunda vez que comecei a ter comprometimento renal o lúpus estava tão descontrolado que tive que fazer quimioterapia. No meu caso comecei a fazer com ciclosfamida mas 3 pulsos depois o médico detectou que não estava a fazer qualquer efeito, então decidiu internar - me e mudar o quimioterápico para rituximab.
É importante também falar nos efeitos secundários que este tipo de quimioterapia pode provocar. Eles são : aumento ou diminuição de peso, enjoos e queda de cabelo.
No meu caso eu estava tão inchada devido ao comprometimento renal que só consegui reparar que no fim ficava com os pés muito inchados. Felizmente enjoos apenas tive uma vez o que me dava a liberdade para me alimentar bem nessa época. Em relação aos cabelos eu sempre tive cabelos muito finos e a olhos nus parecia que o meu cabelo estava normal, mas na verdade quando tomava banho e lavava o cabelo só sentia cabelinhos a nascer .
Na minha segunda quimioterapia com rituximab aí senti mais algumas diferenças. Além dos sintomas antes descritos senti muito cansaço e muito frio nas 9 horas que estava lá (não eram 9 horas directas. Davam a primeira dose durante algumas horas e depois tínhamos que esperar outras tantas horas para a segunda dose. Essa sim era mais rápida, mas mesmo assim eram as horas mais longas da minha vida).
Mesmo assim infelizmente não foi possível salvar os rins e depois de tudo isto entrei em hemodiálise.

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